Mini sentimentos para pessoas avulsas

  Há exatamente um mês estou entre o instante da despedida e o sonho da partida. O mar não teve força para inundar os meus ossos rígidos. O suor escorre gotículas de medo do que, hoje, pouco ou nada sou e sei. Por onde voam as almas que amo? Será que as amei? Foi suficiente o que senti ou a fenda aumenta e aumenta a 170km/h? Com que fita métrica estabeleço a dimensão entre o eu e a incompreensão do outro? Será que a felicidade, neste exato segundo de existência, consegue ter mais importância do que a utopia? Será que os homens ainda são capazes de despir o corpo para abraçarem-se na delicadeza da poesia? E dormirem no aconchego da pele como às crianças, puramente? Quando Vênus será a deusa reinante no trono dos céus? E a chuva semeará em cada canto de terra seca a essência do amor? Em qual esquina cruzo as velas e deixo o meu sangue numa reza afiada pela humanidade? A qual santo peço clemência? Serão necessários quantos mais morrerem na cruz dos campos de concentração, nos porões da solidão? O oráculo de Delfos Google pode responder a estas inquietações? 

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